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Respiração Consciente

O ar entra, o ar sai...

À partida “RESPIRAR” poderia resumir-se simplesmente ao facto de ser um ato involuntário, em que o ar entra e sai do corpo de um ser vivo para o manter com vida.

Mas RESPIRAR não é “só” um movimento natural em que, quando inalamos o ar entra para os pulmões, e estes absorvem o oxigénio que, através do bombear do coração, é enviado pelas artérias e vasos sanguíneos para alimentar todas as células do nosso corpo,… e, em que, de seguida o sangue volta ao coração, trazendo pelas veias o dióxido de carbono que passa para os pulmões e é expelido na expiração, e assim continuam as trocas até ao “último suspiro”.

A verdade é que se descobriu há muito, muito, mas mesmo muito tempo atrás, que RESPIRAR é bem mais do que isso!!!

Na prática de Yoga, os PRANAYAMAs (PRANA = energia vital, AYAMA = expansão,extensão), ou seja, os exercícios respiratórios são uma prática milenar que ajuda a dominar e a expandir a potência da energia vital, ou seja, “Para o Yoga a respiração é um processo vital de nutrição, por meio do qual o corpo armazena partículas atómicas do ar, enquanto o sistema nervoso e o sistema psico-espiritual absorvem aquelas mais subtis, abstratas e desconhecidas da ciência oficial, definidas e descritas por Shrii Shrii Anandamurtiji como “microvida”. (1) Resumindo, a RESPIRAÇÃO também nos alimenta a energia vital (2) (ou energia psíquica ou psicoenergia), ou seja, os aspectos da energia gerada pelo pensamento e as emoções. 

Hoje em dia tem-se vindo a descobrir cada vez mais que há uma ligação entre o respirar e o pensar e sentir; a forma como pensamos e nos sentimos afeta o modo como respiramos, e vice-versa. Todos nós já experimentámos sensações incómodas, de falta de ar, dificuldade em respirar, ou respirar de forma muito curta e rápida em situações de ansiedade, nervosismo e stress.

A agitação mental e a agitação respiratória andam de mãos dadas!

Há uns largos anos atrás, com 11 anos, eu tive que fazer uma mudança gigante na minha vida de criança. Depois de ter habitado alguns anos de seguida (no Norte de Portugal, onde fiz a escola primária e o 1º ano do ciclo) chegou a hora de o meu pai ser transferido novamente devido à sua profissão. E lá fomos nós; os meus pais, o meu irmão de 5 anitos e eu, rumo ao Oriente. Fomos viver para Macau, o que em 1981 era mesmo uma grande, grande aventura!

Ainda que a língua oficial do território fosse a língua portuguesa, a maioria das crianças da minha turma tinham nascido em Macau e durante os intervalos comunicavam-se em Cantonense. As outras 3 crianças vindas de Portugal, já viviam em Macau desde pequenas e estavam perfeitamente adaptadas e, ainda que não se exprimissem completamente em Cantonense, entendiam-no. Eu não percebia nada e senti-me completamente perdida!

Para além da questão da língua, deparei-me também com um sistema de ensino bem mais rígido do que o vigente em Portugal na altura. E um clima, ui, um clima tremendamente húmido, abafado e com temperaturas que, no Verão, devido à humidade, nos faziam parecer estar constantemente dentro de uma sauna.

Esta adaptação foi extraordinariamente complexa para mim!

Conclusão, comecei a ter grandes crises de ansiedade que se refletiam numa imensa dificuldade em respirar. Eu simplesmente não conseguia respirar fluida e calmamente! Respirar para mim era um esforço penoso! E durante meses, até me conseguir finalmente adaptar e aprender a amar Macau, fazer e gostar dos nov@s amig@s da minha turma, ajustar-me ao tipo de ensino, ao clima, a toda a minha nova realidade, na maior parte do tempo respirei como se tivesse uma espécie de “crise asmática” em continuum.

Se, naquela idade eu já soubesse usar o poder da respiração para acalmar o meu desconforto aos primeiros sinais, tenho a certeza que aquela adaptação teria sido bem menos desafiante!

Há uma referência mundial de Desenvolvimento Pessoal e Espiritual, Jay Shetty, cujo trabalho gosto muito de acompanhar, quer no Facebook, quer no Instagram. O Jay Shetty esteve a estudar para ser monge quando era jovem, e num dos vídeos ouvi-o contar algo que vibrou muito comigo: a primeira aprendizagem que as crianças fazem na escola de monges é “APRENDER a RESPIRAR”!

Pois bem, eu adoraria ter “aprendido a respirar” quando era criança, especialmente sabendo hoje quais são os imensos benefícios por se praticarem exercícios de respiração consciente; atenuação de distúrbios ligados ao stress e à ansiedade, diminuição da agitação mental, melhoria da capacidade de foco e atenção, melhoria da qualidade de sono, aumento da autoestima, fortalecimento da conexão e harmonia entre o corpo e a mente, permitindo uma melhor gestão das emoções, relaxamento, bem-estar,…

Gosto por isso de dar uma importância especial aos exercícios de RESPIRAÇÃO (PRANAYAMAs) nas “Aulas de Yoga Kids”, e nos “Ateliers Fora da Caixa”, mesmo que seja de forma muito subtil, através de jogos e brincadeiras, para que a pouco e pouco as crianças trabalhem a sua capacidade pulmonar, ganhem consciência do poder da sua respiração e relaxem.

E TU? 
Como é que tens respirado nos últimos tempos?
Tens tido respirações mais longas ou mais curtas?
Mais profundas ou mais superficiais?

E como é que te tens sentido?
Mais relaxad@ ou mais nervos@?
Revigorad@ ou cansad@?
Animad@ ou desmotivad@?

Por vezes vemo-nos a viver como uma pescadinha de rabo na boca.
Sentimo-nos mal, respiramos mal.
Respiramos mal, sentimo-nos pior… e assim se vai andando, numa espiral por aí abaixo…

E tantas vezes parar por uns momentos e respirar com consciência, é o que basta para nos oferecermos uma literal “lufada de ar fresco”!

Deixo-te um exercício muito simples, e muito poderoso para poderes treinar contigo mesm@ (e com uma criança perto de ti), e vivenciares os benefícios de uma simples mudança na forma como respiras!

Ora experimenta:

Coloca uma música suave a tocar.

Deita-te num tapete, virad@ de barriga para cima.

Numa expiração forte, pela boca, deita todo o ar que tens nos pulmões fora, esvaziando-os completamente.
Pulmões vazios!

Agora, inspira calma e profundamente pelo teu nariz,
põe as duas mãos sobre o teu abdómen e leva o ar para essa área do teu corpo.
Sente as tuas mãos a subir.

Expira, também pelo nariz, ainda mais devagar e calmamente.
Sente as tuas mãos a descer.

Mantém a tua atenção, na respiração.
Foca-te no ar que entra, faz subir o abdómen e sai, fazendo-o descer.
Inspira calmamente e expira ainda mais devagar.

Vai repetindo durante algumas respirações. 

Se uma criança perto de ti fizer o exercício, para se tornar ainda mais divertido para ela,
podes dizer-lhe para colocar um boneco de peluche sobre o seu abdómen
e durante uns minutos observá-lo a subir e a descer como se este navegasse numa onda suave.

Se respirarmos melhor, conseguimos sentirmo-nos muito melhor connosco mesmos! Sem sombra de dúvida !!!

Experimenta o exercício que te deixei, pratica-o regularmente, e depois conta-me como te sentiste ! 😉 
Boa prática !

Um abraço fofo, 
Sofia

NOTAS:

(1) Didi A’nanda Paramitá, “Lo Yoga dei Bambini – Educare a crescere nella conoscenza di sé”, Italia, 2005, Edizioni La Meridiana

(2) Energia Vital = Psicoenergia ou energia psíquica, Psicoenergiaenergia psíquica é o termo utilizado para designar os aspectos da energia gerada pelo pensamento e as emoções. O termo é composto das palavras do idioma grego Ψυχολογία; ψυχή, “alma”, e εργοs (ergos)= en-ergo =energia, trabalho, movimento).

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